Ela
é uma incógnita. Você até pode tentar desvendá-la, isso custará muito tempo e
como você provavelmente não é o cara certo, desistirá no primeiro equívoco. Ela
tem um milhão de conhecidos, quinhentos mil colegas e uma amiga. Ela não liga,
ela só quer viver sua própria vida sem ninguém interferindo negativamente – em
seu ponto de vista. Ela tem muitos, ela toda é relativa.
Ela
só tem dezesseis, mas já teve dezoito, dezenove, vinte e vinte e um. Ela faz
qualquer coisa. Ela não dá à mínima. Está se destruindo e sabe disso, mas não
dá à mínima.
Bebidas
alcoólicas, cigarros, substâncias Ilícitas, alucinógenos, anfetaminas, qualquer
comprimido, qualquer inalante que a faça viajar, sair do mundo, que é medíocre
demais para ela. Não, ela não é qualquer junkie
viciada, ela é um gênio interrompido. Seu intelecto era demasiado para sua
antiga escola, por isso ela a deixou. Tinha quarenta por cento de presença e
ainda assim obtinha as notas máximas para passar de ano, mas era detida. Ela
não queria mais opressão, mais escola, mais aquela vida, ela queria ser livre.
Seus
pais tentaram contê-la no início, tentaram transformá-la em um robô perfeito,
assim que perceberam sua capacidade intelectual, mas com o passar nos anos,
desistiram ao ver as proporções que aquilo tomava. Fichas na polícia, furtos e
brigas. Rotina. Ela vai pra casa duas vezes na semana, ela não precisa daquilo.
Ela só quer ser livre.
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