O tempo vai passando e a gente sempre começa a se
fazer perguntas. Tem essas de uma família mais séria, como “O que farei no
futuro?”, “Qual faculdade escolher?”, “Será que vou passar no vestibular?” ou
coisas do tipo. Não me refiro a esse tipo de pergunta. Falo de algo mais
banal... Afinal, de que é feita a nossa vida? Banalidades. Eu me pergunto se
fiz o certo até aqui, me pergunto o que teria acontecido se eu fosse mais
flexível, se eu tivesse a mente mais aberta. Talvez eu tivesse mais amigos,
tivesse um namorado, fizesse todas as pessoas a minha volta felizes.
Às vezes – na verdade sempre – eu sinto que tem algo
errado comigo. E percebo isso quando estou sozinha. Parece que meus pensamentos
não cabem em minha cabeça, e eles me assustam, me fazem sentir medo de mim
mesma.
Um grande – grande não, enorme – defeito meu é
orgulho. Então me pergunto... Quanto eu perdi por simplesmente não ter dado o
braço a torcer? O que custava perguntar o motivo daquela mensagem? Era muito
difícil pedir perdão por algo errado? É claro que tem a aquela história do copo
quebrado – mesmo que você peça desculpas, ele não voltará a ficar inteiro – mas
mesmo assim, somente o fato de alguém ter engolido o orgulho, vindo até você e
tentado se redimir, já vale algo, não vale? Pra mim, na maioria das vezes, não.
Por culpa desse orgulho bobo, eu simplesmente não aceito ninguém novamente.
Meio que criei um abismo entre eu e meus
sentimentos. Peguei aquela parte que sente, tranquei em um baú, passei sete
chaves e as joguei no mar. Por que eu quis? Não, porque eu precisei. Aprendi a
desconfiar até da minha própria sombra, também por precisão.
Mas e se tivesse sido diferente? E se eu não tivesse
sido tão corrompida? Será que seria mais fácil de lidar? Será que seria menos
orgulhosa? Será que seria capaz de gostar de alguém? Parece que a cada ferida,
você fica mais forte. Contudo, tem uma hora que isso para, pois você nem ao
menos é capaz de sentir algo novamente. Caí uma, duas, três... e levantei.
Agora? Mesmo usando salto quinze, eu não caio. Isso é bom? Não.
Eu não sou assim porque eu quero, sou assim porque
fui moldada. Moldada pelos meus próprios erros, desconfianças e inseguranças.
Já fui chamada de insensível inúmeras vezes... Não foi sempre assim. Já
acreditei no amor, hoje não acredito mais. Mas também não sou como um robô – às
vezes me pego pensando no dia que chegará alguém que vai provar que tudo isso
que escrevo é besteira, que não existe padrão, que não há como calcular, apenas
sentir.
Não digo nada disso da boca pra fora. Digo isso
porque sei, porque já vivi. Porque já sofri. Tá difícil deixar alguém entrar
novamente, quase impossível... Se eu acredito que “um dia você encontrará
alguém que o fará entender por que nunca deu certo com ninguém antes”? É claro
que acredito. Afinal, eu parei de apenas de sentir, não de ter esperança.
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Devaneio velho que encontrei nos recônditos dos meus arquivos e provavelmente vem de 2011, 2012. Useless as always.
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