domingo, 13 de abril de 2014

#3

        As pessoas costumam dizer que eu sou manipuladora. Controladora, manipuladora, dissimulada. Sempre vivi em negação, mas estou começando a concordar com elas. Um tio psicólogo (mais louco do que eu) me disse que tenho um "grande poder de sedução", logo, consigo as coisas que quero e esse poder funciona com todos a minha volta, exceto a Nave-mãe. Como já disse anteriormente, tenho uma ligação de dependência muito forte com ela e é como se ela fosse imune a todos os meus super poderes e também tivesse maior domínio sobre mim, coisa que nem eu mesma tenho. Tenho uma necessidade de contar tudo pra ela, pedir opinião, auxílio, ligo mil vezes por dia, é inevitável. Enxergo ela como uma entidade superior, isenta de pecados e defeitos, um nível acima dos seres humanos comuns. Essa é a minha visão da Nave-mãe. Não sei nem se ela tem consciência de que significa tudo isso pra mim, provavelmente nunca vou falar porque não é do meu feitio, porém eu sinto.
        Por meio de jogos, brincadeiras, investidas sutis vou conseguindo que façam tudo o que eu quero e isso é tudo de forma inconsciente. Não faço nada de propósito, porque quero (tá, as vezes faço).e isso não é nem um pouco bom. Divago as vezes quanto estou sozinha sobre o que as pensam sobre mim ou o que realmente querem de mim quando se aproximam. Na universidade não tenho amigos, amigos assim referindo-se ao sentido da palavra - tem uma galera com quem eu converso e tal. Eu gosto de almoçar sozinha sempre no R.U., tanto porque eu como muito devagar e me sinto incomodada pela pessoa que tem de ficar me esperando, quanto porque não me aproximo de nenhuma mesa de conhecidos. Pode-se dizer que eu me auto-excluo no meu universo particular, estrelado e intocável. Quando me conhecem dizem que sou extrovertida, simpática, elétrica e falante - o problema é chegar a conhecer.

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